A APLB-Sindicato é uma das
entidades signatárias do documento que pretende definir com clareza o
que é essencial que cada aluno aprenda, ano a ano, independente da
escola que ele frequenta. É importante que você leia e tome conhecimento
das informações a seguir.
O Ministério da Educação (MEC)
apresentou na quarta-feira (16 de setembro) o texto com a proposta
preliminar para discussão da Base Nacional Comum Curricular (clique aqui para baixar o texto em PDF). Após
sua conclusão, o documento vai reformular e determinar o currículo
mínimo para todos os alunos das 190 mil escolas de educação básica do
país.
O texto
foi elaborado por 116 especialistas de 35 universidades, sob coordenação
do MEC. Ele agora vai passar a receber sugestões pelosite da Base Nacional Comum Curricular (BNC).
Nas
etapas seguintes, será submetido à consulta pública e depois à parecer
do Conselho Nacional de Educação (CNE). A expectativa do MEC é concluir
todo o processo ainda em 2016. Em junho se encerrará o prazo previsto no
Plano Nacional de Educação (PNE) para conclusão desta meta.
A Base
Nacional Comum Curricular (BNC) estava prevista na Constituição para
alunos do ensino básico e foi ampliada recentemente na aprovação do PNE
para alunos do ensino médio.
O texto
preliminar do documento, redigido pelo MEC e por comissões de
especialistas, busca a padronização de pelo menos 60% do currículo da
educação básica.
Além
disso, os especialistas tiveram a preocupação de fazer que o novo
currículo dialogue com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), buscando
uma abordagem mais interdisciplinar da compreensão dos conteúdos.
No texto
de apresentação do BNC, o ministro da Educação Renato Janine Ribeiro
aponta que dois caminhos importantes serão abertos com a BNC: o primeiro
será a mudança na formação (inicial e continuada) dos professores. O
segundo ponto é a reestruturação do material didático.
Para Ricardo Fazetta, gerente de
conteúdo do movimento Todos pela Educação, a criação do BCN é uma
necessidade. “É um primeiro passo que a gente precisava dar. Estabelecer
uma base é uma das bandeiras do Todos, é uma das formas de diminuir as
desigualdades no país.”
Na
avaliação preliminar do Todos Pela Educação, movimento que monitora e
acompanha políticas públicas de educação, a forma como foi apresentada a
proposta parece não contribuir para a flexibilização e a
interdisciplinaridade no ensino médio.
“A forma
como está disposto na plataforma ainda parece muito disposto nas
caixinhas das disciplinas. Vamos ter que começar a ouvir os
especialistas em currículo”, disse Falzetta. Além disso, o Todos espera
mais detalhes sobre como será a análise e incorporação das sugestões
recebidas pelo site da BNC.
Princípios: sem discriminação, incluindo de gênero A base retoma um conceito importante nas
recentes iniciativas do ministério para combater diversas formas de
preconceito e violência, incluindo a de gênero. Ao definir os objetivos
da BNC, os MEC e os especialistas apontam que os estudantes possam se
desenvolver “sem discriminação por etnia, origem, idade, gênero,
condição física ou social, convicções ou credos”.
A citação
ao termo gênero, citado agora na base, acabou retirado do Plano
Nacional de Educação durante sua votação no Congresso. Muitos planos
municipais e estaduais também eliminaram a referência a “gênero” após
pressão de líderes religiosos e outros setores conservadores.
O termo gênero é citado em pontos da
apresentação de conceitos das disciplinas de língua estrangeira, artes,
biologia e na área de Ciências Humanas.
Na
descrição de uma parte das expectativas para biologia no ensino médio, a
BNC aponta que “o jovem não pode prescindir do conhecimento conceitual
em biologia para estar bem informado, se posicionar e tomar decisões
acerca de uma série de questões do mundo contemporâneo”.
Na
sequência, o BNC lista os temas diversos: “identidade étnico-racial e
racismo; gênero, sexualidade, orientação sexual e homofobia; gravidez e
aborto; problemas socioambientais relativos à preservação da
biodiversidade e estratégias para desenvolvimento sustentável; problemas
relativos ao uso de biotecnologia, tais como produção de transgênicos,
clonagem de órgão; terapia por células-tronco.”
Os
especialistas justificam a preocupação com os temas a partir da
necessidade de contextualização das demandas as quais são submetidos os
estudantes no mundo contemporâneo.
“O
conhecimento conceitual pode, portanto, promover uma aproximação dos
jovens com os conhecimentos produzidos pela Biologia que circulam em
mídias eletrônicas às quais têm acesso e nas discussões sociopolíticas
sobre temas que envolvem ciência e tecnologia. Portanto, o conhecimento
biológico está presente em várias dimensões da vida do/a estudante, seja
dentro ou fora da escola, e necessita de um espaço/tempo escolar, para
que seja abordado de forma que faça sentido para eles/as”, aponta o
texto do BNC.
Para o
especialista em educação Ricardo Fazetta, gerente de conteúdo do
movimento Todos pela Educação, o debate do termo gênero novamente deve
ser polêmico. “A discussão vai ser boa e tem que acontecer. O que não
pode é omitir de partida. Tem que retomar, discutir e defender,
mostrando os argumentos”, afirmou Fazetta.
Consulta popular A proposta da Base Nacional Comum está
agora aberta para sugestões via internet. Depois, será submetida a uma
consulta pública antes de ser redigido o texto final.
Até lá, a
população poderá enviar sugestões para o projeto por meio da plataforma
digital. A proposta final será, então, consolidada e deve ser enviada
para a aprovação do Conselho Nacional de Educação (CNE) até março de
2016.
ENTENDA A BASE NACIONAL COMUM
O
QUE É: A BNC é o documento que detalha o que precisa ser ensinados em
Matemática, Linguagens e Ciências da Natureza e Humanas nas escolas do
país.
PREVISTA EM LEI: A Base Comum está prevista na Constituição, na Lei de Bases da Educação e no Plano Nacional de Educação.
CONTRIBUIÇÕES: Os debates e propostas serão concentrados no portal http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
PRAZO:
O PNE (Plano Nacional de Educação) estabelece que até junho de 2016
deva ser cumprida a meta de estabelecer uma “proposta de direitos e
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento”. A Base Nacional será
apresentada como resposta a essa demanda.
Fonte: Site APLB.
Ascom: Aplb-Uauá
Obs.: Você pode escutar a rádio comunitária do POVO DE
UAUÁ, Luz do Sertão FM87,9, pelo nosso blog(aqui).
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